Empresas apostam em ações de empoderamento feminino para aumentar número de mulheres em cargos de liderança

postado por Editor
dez 11, 2019

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Mesmo com o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho nos últimos anos, ainda diversos tabus precisam ser superados. Um deles é a presença feminina nos cargos de lideranças. Elas são minorias em posições de destaque nas grandes empresas. Ocupam apenas 16% dos postos de alta direção, segundo pesquisa da Page Executive, especializada em recrutamento e seleção de executivos.

De acordo com dados divulgados pelo Fórum Econômico Mundial de 2019, serão necessários 217 anos para que as mulheres consigam a mesma participação no mercado de trabalho, salário e presença em cargos de liderança que os homens.

Conforme a pesquisa “Atitudes Globais pela Igualdade de Gênero” (em tradução livre do inglês), publicada neste ano pela Ipsos, 3 em cada 10 pessoas no Brasil (27%) admitem que se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como chefe.

Para mudar este cenário, organizações começam a investir em programas de empoderamento feminino e na contratação de mais mulheres para as posições de chefia. Um exemplo inspirador é o programa de trainee voltado para as mulheres “Lugar de mulher é onde ela quiser”, da Puratos, empresa belga de panificação e confeitaria.

No processo seletivo as participantes acessam a um minicurso de empoderamento feminino. Por meio dele, as mulheres aprendem a lidar diante situações de machismo ou desigualdade dentro do trabalho.

As candidatas assistem a vídeos de líderes da empresa abordando temas importantes, como sororidade (união entre mulheres na busca de objetivos em comum), mansplaining (quando o homem usa seu tempo para explicar algum assunto sobre o qual a mulher já conhece), gaslighting (quando o homem leva uma mulher a achar que se exaltou ou está enganada sobre algum assunto), bropriating (quando o homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela).

Banco Itaú

Outra iniciativa é a do Banco Itaú. A instituição bancária criou o iEla, um projeto que tem como proposta mudar a cultura interna da empresa e a cabeça dos funcionários para que as mulheres tenham mais oportunidades de crescer e atingir posições de liderança.

O programa possui cerca de 40 voluntários, entre diretores, gerentes, analistas e equipe de suporte de marketing, comunicação e recrutamento. A ação faz parte de uma série de iniciativas que o grupo tem promovido para aumentar a diversidade de seu quadro de funcionários e promover mais minorias.

Lançado em novembro deste ano, a ideia é promover campanhas de comunicação interna para que as pessoas entendam que há sim uma dificuldade maior de promoção de mulheres a cargos de liderança.

Princípios de Empoderamento das Mulheres

A empresa de energia elétrica, Engie Brasil, aderiu recentemente a iniciativa da ONU “Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs, Women’s Empowerment Principles, em inglês). Trata-se de comprometimento de longo prazo para que o tema se torne um valor compartilhado pela companhia. O CEO da Engie no país, Maurício Bähr, assumiu o compromisso de incentivar a promoção da igualdade de gênero, a começar pelo aumento do número de mulheres em cargos de liderança.

A empresa inaugurou uma área de Diversidade e Igualdade – que atua num setor historicamente ocupado por homens.  A meta global da Engie é ter 50% dos cargos de liderança ocupados por mulheres até 2030.

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